olhar de relance para o senhor que passa o dia todo ralando legumes - dos mais variados, para demonstrar a qualidade do ralador que tem em mãos -, em uma pequena bancada perto do mercado público, de frente pro casal que vende cachorro-quente;
desviar de pessoas com pranchetas que caminham em minha direção prestes a perguntar se estou contente com meu sorriso e pegar meu CPF (elas trabalham para consultórios odontológicos);
sorrir sem graça pro moço que vende CD de rap e vê-lo sorrir sem graça de volta pra mim, como se dissesse "ah, você é a moça que nunca tem dinheiro";
ouvir o moço engraçado que canta rick e renner a partir das 16h de frente pro terminal e faz velhinhas dançarem em volta;
sair do trabalho e escolher entre tomar café 1) no lugar mais perto, 2) na cafeteria que tem a moça bonita do caixa, 3) no meu café preferido, que fica mais longe ou 4) em algum novo, o primeiro que aparecer na frente;
entrar no hiperbom depois do trabalho pra comprar abacate e doritos, pra fazer guacamole quando chegar em casa;
voltar pro terminal pela rua da livraria e, opa, entrar lá assim, meio sem querer;
desviar dos pombos que simplesmente não sabem voar com a devida coordenação;
passar na frente de uma loja chamada damyller (porque ela tá sempre cheirosa);
(...)
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