tava aqui lendo o blog da clara, o liternecer, e fiz um comentário bonito. deu vontade de trazer um pedaço dele pra cá, levemente adaptado:
eu também não gosto da sensação de ficar assistindo as coisas passarem por mim, como espectadora da minha própria existência (poéticahhh), mas tem dias que não dá pra me conectar comigo mesma. desde ontem, eu ando meio borocoxô, desanimada (...) a sensação que tenho é que até dia 7/12, quando apresentarei meu tcc, algumas coisas da minha vida ficarão meio suspensas. inclusive ler. tô lendo 'a elegância do ouriço' há dois meses, um pouquinho de cada vez quando dá vontade, e quase nunca dá. parece que eu mesma me afasto de coisas que me aproximariam de mim. que doido, né?
quando me sinto assim, desconectada de quem sou, gosto de ficar quietinha. foi um pouco disso que a clara falou no texto dela, inclusive. no meu caso, eu sinto urgência de desativar meu instagram, pedir à pessoa que mora comigo um pouco de espaço, escrever no meu diário - ou no blog, como agora -, enfim, fazer coisas que eu sinto que me aproximam de mim, ainda que devagar. se eu não paro, minha cabeça permanece chiando, igual panela de pressão. tenho medo de explodir.
a efemeridade das sensações tem me assustado. eu encaro o google docs aberto e olho pro livro que tô escrevendo para me formar jornalista. me vem um sufoco de dentro, como se me apertasse toda. segundos depois eu respiro, olho pras árvores lá fora, e penso que não é de todo ruim. de repente, parece simples, a ponto de me dar vontade de apresentar meu trabalho naquele exato instante, tamanha confiança. tem sido assim há meses, em outros pontos da vida. olho de um jeito, fico doida, olho de outro, passa. a inconstância das coisas tem me deixado cansada.
o que resta é acolher, respeitar. uma hora passa.
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