sexta-feira, 28 de maio de 2021
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quarta-feira, 26 de maio de 2021
coisas que me preenchem de vida
às vezes eu me sinto tomada de vida. sei que o último texto foi o completo oposto dessa sensação, mas como diz o famoso e atual ditado que significa tudo e nada ao mesmo tempo: é sobre isso.
e como hoje me sinto tomada de vida — o que não significa necessariamente estar bem —, resolvi vir aqui compartilhar coisas que alimentam esse sentimento em mim.
há quem ache los hermanos cafona, e realmente é, mas eu amo coisa cafona. o ponto é que algo nessa apresentação, que eles fizeram no maracanã em 2019 depois de quatro anos longe dos palcos, me dá um aconchego tão bom. dá pra ver que muita gente ali esperou muito tempo pra cantar essa música aos gritos, no meio de tantos outros gritos. algo nisso me preenche de vida.
"(...) eu tive tudo sem saber quem era eu."
e como sofrer por amor e superar o amor sofrido também é viver, tomem aqui essa coisa perfeita do maglore (com participação do hélio flanders, dono de uma das vozes mais gostosas de ouvir), que até gal costa já cantou:
domingo, 16 de maio de 2021
todo dia, ao acordar, eu rego um jardim sem flores
faz meses que pareço viver em uma pequena sala de espera, como se a vida estivesse suspensa. pareço anestesiada. nesse limbo, qualquer decisão parece perigosa. então, presenteio um futuro incerto com decisões que não me sinto habilitada a tomar agora. até mesmo decidir acreditar nas coisas que sinto passou a ser motivo de desconfiança. faz tanto tempo que tô em casa que nem sei se posso confiar em mim. sentir qualquer coisa nesse momento beira entre o falso e o absurdo. duvido do riso, da tristeza, da dor. eu duvido até do amor.
todos os dias eu fantasio sobre o que eu gostaria de viver quando tudo isso passar, torcendo para que o calor da vida sobreviva em mim, mas a verdade é que tenho medo de não saber mais viver. me apavora nadar, nadar, nadar, insistentemente, tomando doses homeopáticas de paciência, dia após dia, cheia de coisas bonitas aqui dentro e, quando finalmente cruzar a travessia, não me reconhecer mais. fico me perguntando por quantos meses os sentimentos sobrevivem dentro da gente. e temo que eles não aguentem nem vírus, nem presidente genocida, nem mesmo o tempo.